Portugal/Óbito: MORREU ADRIANO MOREIRA AOS 100 ANOS
Adriano Moreira, ex-presidente do CDS, advogado e professor universitário, morreu este domingo, aos 100 anos.
Nascido a 6 de setembro de 1922, em Grijó, Macedo de Cavaleiros, Moreira destacou-se, não só como político e estadista, tendo sido ministro do Ultramar do Estado Novo, mas também como professor universitário, nomeadamente com destaque na área das Relações Internacionais. No passado mês de junho, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou Adriano Moreira com a Grã-Cruz da Ordem da Camões.
Adriano Moreira estudou no Liceu Passos Manuel, tendo seguido para a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde se formou em Ciências Histórico-Jurídicas, em 1944, durante o período da Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, doutorou-se no Instituto Superior de Estudos Ultramarinos (atual ISCSP), depois de ter sido libertado da prisão em Aljube, onde conheceu Mário Soares.
Foi em 1960 que António de Oliveira Salazar o chamou para fazer parte do seu governo como subsecretário de Estado da Administração Ultramarina. Em 1961, passou a ministro do Ultramar. Adriano Moreira foi um dos primeiros académicos portugueses a refletir sobre o fenómeno da integração europeia e sobre a realidade do colonialismo português no século XX, tendo integrado a primeira delegação portuguesa nas Nações Unidas, no final dos anos 50.
Após o 25 de Abril, foi saneado das funções oficiais e exilou-se no Brasil, onde deu aulas na Universidade Católica do Rio de Janeiro. Regressou a Portugal e à política ativa em 1980, como candidato a deputado nas listas da Aliança Democrática. Mais tarde, filiou-se no CDS, que liderou entre 1986 e 1988, continuando como deputado até 1995. Em 2015, foi eleito para o Conselho de Estado, função que manteve até 2019.