Keir Starmer está a enfrentar uma oposição crescente no seio do Partido Trabalhista devido à sua decisão de cortar 6 mil milhões de libras do orçamento da ajuda externa para aumentar as despesas com a defesa. O Primeiro-Ministro justificou a medida como necessária para aumentar as despesas com a defesa para 2,5% do PIB até 2027.

Apesar de uma sondagem do YouGov mostrar que 65% da opinião pública apoia o plano, os deputados trabalhistas estão a manifestar fortes objecções. A ministra da Ajuda, Anneliese Dodds, demitiu-se em protesto e vários deputados pediram a Starmer para encontrar um financiamento alternativo através de aumentos de impostos ou de ajustamentos das regras orçamentais.

Emily Thornberry, presidente do Comité dos Negócios Estrangeiros da Câmara dos Comuns, avisou que os cortes deixariam pouca ajuda disponível para as crises na Ucrânia, em Gaza e no Sudão. O deputado trabalhista Barry Gardiner fez eco das suas preocupações, afirmando que a decisão poderia provocar mais mortes devido à fome, à seca e à guerra. A deputada Nadia Whittome argumentou que a decisão pode aumentar a instabilidade global e enfraquecer o apoio à Ucrânia.

A deputada Cat Smith, do Partido Trabalhista, pressionou o primeiro-ministro a honrar o compromisso assumido anteriormente pelo partido de repor a despesa com a ajuda em 0,7% do PIB. Starmer respondeu que pretende repor o financiamento sempre que possível e que está a explorar parcerias com o Banco Mundial para incentivar a participação do sector privado em projectos de desenvolvimento.