DESPORTO / FUTEBOL: PENALTIS RESOLVEM A TAÇA DA LIGA A FAVOR DO BENFICA
O Benfica reconquistou hoje a Taça da Liga de futebol, impondo-se ao rival Sporting no desempate nas grandes penalidades, por 7-6, após a igualdade 1-1 construída numa primeira parte ‘eletrizante’.
O extremo norueguês Schjelderup deu vantagem ao Benfica, aos 29 minutos, e o sueco Viktor Gyökeres empatou, de grande penalidade, aos 43, numa final decidida na ‘lotaria’ dos penáltis, com Francisco Trincão a ser o único a desperdiçar o castigo máximo, permitindo a defesa de Trubin.
Em Leiria, o encontro entre os rivais lisboetas começou como devem ser os dérbis, animados, renhidos e com oportunidades repartidas, enquanto as duas equipas apresentavam os primeiros argumentos na terceira final da competição entre ambos.
Bruno Lage manteve Tomás Araújo na direita, entregando a António Silva o lugar ao lado do capitão Otamendi, repetindo ainda a titularidade de Schjelderup, enquanto Rui Borges teve de tirar os lesionados Morita e Matheus Reis por João Simões e Geovany Quenda, para Maxi Araújo recuar, trocando ainda Fresneda por Eduardo Quaresma.
Na sua construção ofensiva, o Benfica encostava os laterais aos médios, à procura de linhas de passe para os alas Di Maria e Schjelderup, enquanto o Sporting ensaiava, várias vezes, um estilo mais direto, à procura da sua referência ofensiva.
O primeiro aviso foi ‘encarnado’ e de Kökcü, logo aos oito minutos, com um remate desviado por Hjulmand, num lance que teve pronta resposta, com o ‘corte’ de Otamendi ao ensaio de Quenda, aos cinco, e, pouco depois, aos oito, do ‘tiro’ de Gyökeres contra António Silva.
O guarda-redes do Benfica Trubin ainda se opôs às tentativas de Maxi Araújo, aos 10, e Quenda, aos 14, antes de, aos 21, ser o seu homólogo na baliza do Sporting, Franco Israel, a enfrentar maiores dificuldades, face a um cruzamento de Tomás Araújo, da direita, após uma bola longa de Kökçü, defendendo para a entrada da área, onde Di Maria não conseguiu melhor do que acertar em Hjulmand.
O extremo argentino fez melhor, pouco depois, chamando a si a oposição ‘verde e branca’, na sua ala, abrindo espaço na esquerda para Schjelderup, já na área, ludibriar Eduardo Quaresma e, com um remate cruzado, desviado de Diomande e João Simões, marcar o primeiro golo da final. Estavam decorridos 29 minutos.
Mesmo sem a qualidade na posse do Benfica, o Sporting conseguia ‘alvejar’ a baliza ‘encarnada’, mostrando-se, até, perdulário, por Quenda, novamente, aos 31, após passe de Gyökeres, e Eduardo Quaresma, aos 35, numa jogada individual em que supera Carreras e Otamendi.
Schjelderup, o ‘jóquer’ de Lage nesta ‘final four’, esteve perto de novo golo, aos 39, praticamente numa repetição do lance que deu a vantagem ao Benfica – já tinha tido outro semelhante antes -, desta feita correspondendo a uma desmarcação de Pavlidis, mas, mesmo em posição de fora de jogo, tentou colocar tanto a bola no poste mais distante que falhou a baliza.
E foi nesta divisão de oportunidades que o campeão nacional Sporting chegou à igualdade, pelo inevitável Gyökeres, na conversão de uma grande penalidade para o centro da baliza, com um remate forte, com Trubin ainda a tocar com as pernas, num castigo a uma entrada faltosa de Florentino sobre Maxi Araújo.
A segunda parte, já com Aktürkoglu no lugar de Schjelderup, ofereceu um jogo completamente diferente aos 20.728 espetadores presentes no recinto leiriense, muito mais repartido e praticamente sem lances de golo iminente.
As exceções foram os ameaços de Tomás Araújo, aos 55, de cabeça, ao lado da baliza, os remates de Di María e Kökçü, em jogadas consecutivas, aos 62, ambos defendidos por Israel, enquanto, do lado ‘leonino’, apesar de Quenda descobrir espaços na defesa ‘encarnada’, não conseguiram melhor do que um ‘tiro’ de Conrad Harder, pouco depois de entrar, aos 82, para defesa fácil de Trubin.
O empate não se desfez e a decisão da 18.ª Taça da Liga da história só encontrou desfecho nas grandes penalidades, com Trubin a defender o penálti de Francisco Trincão, que, depois de passar ‘ao lado de quase todo o jogo’, na sétima tentativa, depois de cobranças imaculadas até aos 7-6 a favor do Benfica.
Antes, os benfiquistas Di María, Amdouni, Otamendi, Aktürkoglu, Renato Sanches, Leandro Barreiro e Florentino tinham acertado os seus ‘tiros’ da marca dos 11 metros, tal como os ‘leões’ Gyökeres, Hjulmand, Harder, Maxi Araújo, Debast e Quenda.
Os ‘encarnados’ confirmaram o seu estatuto de ‘reis’ da Taça da Liga, com a oitava conquista, a primeira desde 2015/16, na sua nona final, a terceira frente ao Sporting, que somou o quarto desaire em jogos decisivos da competição, tantos quantas vezes ergueu o mais novo troféu do futebol profissional nacional.
O Benfica desempatou o ‘contencioso’ com o Sporting em finais da Taça da Liga, com dois triunfos contra um dos ‘leões’, confirmando ainda mais a vantagem no duelo com o rival, na 17.ª decisão de um troféu entre ambos, depois de oito Taças de Portugal, quatro Supertaças Cândido Oliveira e dois Campeonatos de Portugal – o Benfica passou a somar 11 títulos, contra seis do Sporting.