Europa: ANTÓNIO COSTA ELEITO PRESIDENTE DO CONSELHO EUROPEU
O ex-primeiro-ministro português, António Costa, foi eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia como presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio, foi anunciado em Bruxelas.
O socialista António Costa, nomeado para as funções de presidente do Conselho Europeu, chefiou três governos em Portugal, entre novembro de 2015 e abril deste ano, o último deles suportado por maioria absoluta no parlamento.
Líder do PS entre novembro de 2014 e dezembro do ano passado, António Costa foi o segundo primeiro-ministro com maior longevidade em democracia no exercício deste cargo, com mais de oito anos de funções, ficando apenas atrás do antigo presidente do PSD Aníbal Cavaco Silva, que chefiou três executivos entre 1985 e 1995.
António Costa demitiu-se do cargo de primeiro-ministro em 07 de novembro do ano passado, após a Procuradoria-Geral da República ter emitido um comunicado em que o referia como estando a ser alvo de investigações no âmbito da denominada “Operação Influencer” – um processo judicial que investiga o processo de instalação de um ‘Data Center’ em Sines, bem como negócios com o lítio e hidrogénio.
No passado dia 24, o ex-primeiro-ministro socialista foi ouvido pelo Ministério Público no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) sem que tenha sido constituído arguido no processo. António Costa, foi ouvido, a seu pedido, durante cerca de uma hora e meia pela procuradora Rita Madeira.
No plano europeu, António Costa destacou-se ao conseguir travar em 2017 um Procedimento por Défice Excessivo contra Portugal aberto por Bruxelas e, em 2020, na sequência da crise pandémica da covid-19, quando foi um dos principais negociadores do consenso político que permitiu a criação do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, através da emissão de dívida pela União Europeia.
Na União Europeia, no plano político, António Costa bateu-se contra as políticas de austeridade seguidas na década anterior e pela revisão e flexibilização do pacto de estabilidade da zona euro. Tem defendido a criação de um mecanismo europeu permanente contra crises cíclicas e um programa de reindustrialização para aumentar a autonomia estratégica da Europa, embora recuse em absoluto perspetivas protecionistas. Desde o primeiro momento, condenou a intervenção militar russa na Ucrânia.
Benfiquista, agnóstico, casado e com dois filhos, António Costa é definido como um político seguro de si, irrequieto e persistente, sendo elogiado pela habilidade política e capacidade de negociação. Chegam a compará-lo ao russo Rasputine, pelo prazer que lhe dão os jogos de bastidores.