Mundo/Israel: COMUNIDADE INTERNACIONAL CONDENA ATAQUE DO IRÃO A ISRAEL
O Irão lançou ontem um ataque com mais de 300 drones e mísseis contra Israel “a partir do seu território”, confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
A tensão entre os dois países subiu nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
Este ataque foi efetuado como uma “resposta” ao acto dos israelitas contra as instalações iranianas, mas, segundo fontes militares em Israel, 95% dos drones e mísseis foram abatidos antes de chegarem a território de Israel.
Os líderes do G7, o grupo dos países mais ricos do mundo, “condenaram unanimemente o ataque sem precedentes do Irão a Israel”, afirmou hoje o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no final da reunião.
A reunião decorreu, por videoconferência, e foi na rede social X (antigo Twitter) que o presidente do Conselho Europeu defendeu que “todas as partes devem mostrar contenção”.
“Juntamente com os líderes do G7, condenámos unanimemente o ataque sem precedentes do Irão a Israel. Todas as partes devem dar provas de contenção”, disse Charles Michel.
O G7 é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, no qual a União Europeia também está representada.
O representante europeu disse que continuarão a ser feitos “todos os esforços para desanuviar a situação”, nomeadamente “acabar com a crise em Gaza o mais rapidamente possível, em particular através de um cessar-fogo imediato”.
Acrescentou que a situação no Médio Oriente será discutida na cimeira da UE agendada para quarta e quinta-feira.
Caso contrário e Israel responder a este ataque, poderemos estar face uma escalada no conflito árabe/Israel e, possivelmente, ao inicio de uma guerra na região.
GOVERNO PORTUGUÊS ACONSELHA RETORNO DOS PORTUGUESES EM ISRAEL
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal apelou hoje aos portugueses para que evitem viajar para Israel e pediu aos que se encontrem naquele país, que, “se puderem”, regressem, se não, que cumpram todas as regras de segurança.
Em declarações à imprensa hoje ao final da tarde, Paulo Rangel considerou que a captura do navio MSC Aries, com pavilhão português (registado na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Limited, com sede em Londres, é um incidente “preocupante”, porque ocorreu “num contexto de alta tensão no Médio Oriente”, que envolve “em particular, Israel e o Irão”.
Por isso, o chefe da diplomacia pediu a todos os portugueses que “evitem deslocar-se à região, ou que ali estejam, e designadamente no Estado de Israel” para que regressem, ou, “se não puderem regressar”, que “cumpram com rigor todas as instruções das autoridades locais”.
“Isto vale para qualquer Estado da zona, mas em particular para o de Israel”, sublinhou o MNE.
O Governo português está a acompanhar a situação do navio apresado na sexta-feira pelas forças militares iranianas no Estreito de Ormuz e continua a garantir que não há cidadãos portugueses a bordo.
Paulo Rangel também anunciou hoje aos jornalistas que o Embaixador de Portugal em Teerão vai reunir-se este domingo ao final da manhã com o Chefe da diplomacia do Irão para poder obter esclarecimentos sobre a situação do navio.
Numa nota à imprensa, hoje de manhã, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português referia que o acompanhamento da situação estava a ser feito sob coordenação direta do gabinete do primeiro-ministro, envolvendo os ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Presidência, da Defesa Nacional e da Economia, o que Paulo Rangel voltou a confirmar.
“Não há registo de cidadãos portugueses a bordo, seja tripulação ou comando. O Governo português está em contacto com as autoridades iranianas, tendo pedido esclarecimentos e solicitado informações adicionais”, referia o executivo.
Hoje ao fim da tarde, o MNE confirmou não haver portugueses a bordo do navio.