Reino Unido: MAIS DE 1,5 MILHÕES DE DOENTES NAS URGÊNCIAS ESPERAM PELO MENOS 12 HORAS PARA SEREM TRATADOS – diz estudo dos liberais democratas
Um milhão e meio de doentes esperaram mais de 12 horas depois de chegarem ao serviço de urgência em Inglaterra no ano passado, dizem dados provenientes do partido dos Liberais democratas. Pela primeira vez, foram publicados dados que mostram o tempo passado num serviço de urgência antes de serem admitidos, transferidos ou receberem alta.
Estes dados são distintos dos dados regularmente publicados sobre a “espera na maca”, que apenas calculam o tempo passado por um doente após a decisão de admissão na unidade hospilatar. E mostram que – nalgumas instituições do Serviço Nacional de Saúde – um em cada quatro doentes enfrenta atrasos de 12 horas ou mais depois de chegar ao serviço de urgência.
Os Liberais Democratas, que efetuaram a análise, afirmaram que as suas conclusões revelam que os atrasos de meio dia são “quase uma norma”. Os últimos números mostram que, no total, 1.540.945 pacientes enfrentaram esperas de 12 horas ou mais após chegarem ao A&E entre fevereiro de 2023, quando os novos dados foram publicados pela primeira vez, em janeiro de 2024.
Isto equivale a quase um em cada 10 pacientes esperam esse período, cinco vezes mais alto do que as expectativas do NHS, que indica não esperar mais do que 2% dos pacientes esperem 12 horas depois da hora de chegada ao A&E. Isto significa que cerca de 4200 doentes esperaram mais de 12 horas nas urgências todos os dias durante o ano passado.
O mês de janeiro registou os piores números de sempre, devido às pressões do inverno, com um número recorde de 177 805, ou seja, um em cada oito doentes, a enfrentar esperas de mais de 12 horas nas urgências.
A porta-voz do Partido Liberal Democrata para a saúde, Daisy Cooper, afirmou: “Todos os dias, milhares de doentes são deixados assustados e com dores em urgências superlotadas, à espera de 12 horas ou mais para receberem os cuidados de que necessitam. Esperas de 12 horas ou mais podem ter consequências catastróficas para a saúde das pessoas, em especial dos idosos e dos mais vulneráveis. Ninguém deveria ter de esperar tanto tempo pelos cuidados de saúde, mas nalgumas zonas estes atrasos inaceitavelmente longos tornaram-se quase a norma”.
Comentando os números, o diretor executivo do NHS Providers, Sir Julian Hartley, afirmou: “Estas esperas inaceitavelmente longas para as pessoas com dor ou angústia são sintomáticas de um serviço de saúde sobrecarregado. Nenhum dirigente de uma instituição quer que um doente tenha de esperar mais tempo do que o necessário, especialmente porque o seu estado pode deteriorar-se”.
As elevadas taxas de ocupação das camas hospitalares, os atrasos na alta dos doentes e a grave escassez de pessoal estão a atrasar o fluxo de doentes no sistema.