Mundo: UM AUMENTO DE APENAS 1,5ºC NA TEMPERATURA GLOBAL PODE TORNAR LOCAIS INABITÁVEIS NA TERRA

Estudos recentemente publicados revelam os países em que o calor pode, em breve, torná-los demasiado quentes para viver se as temperaturas globais aumentarem apenas 1,5°C. Diz o estudo que cerca de 2,2 mil milhões de pessoas no Paquistão e no vale do rio Indo, na Índia, mil milhões no leste da China e 800 milhões na África subsariana (sul do Saara) estariam entre os que enfrentariam um calor que ultrapassaria a tolerância humana.

Segundo os investigadores, esta situação poderia estender-se às zonas leste e central dos EUA se as temperaturas na Terra aumentassem 3°C (5,4°F) acima dos níveis pré-industriais. Os idosos, as crianças e as pessoas com problemas de saúde são particularmente vulneráveis, mas, num clima mais quente, os especialistas receiam que outros milhares de milhões de pessoas possam também estar em perigo.

À medida que as pessoas ficam mais quentes, suam e mais sangue é bombado para a pele para que possam manter a sua temperatura central perdendo calor para o ambiente”, afirmou Larry Kenney, coautor do estudo, que continua: “A determinados níveis de calor e humidade, estes ajustamentos deixam de ser suficientes e a temperatura central do corpo começa a subir. Não se trata de uma ameaça imediata, mas exige alguma forma de alívio”.

“Se as pessoas não encontrarem uma forma de se refrescarem em poucas horas, podem sofrer de exaustão pelo calor, insolação e tensão no sistema cardiovascular, o que pode levar a ataques cardíacos em pessoas vulneráveis”.

Este verão, as ondas de calor que bateram recordes nos EUA, na Europa e na China voltaram a chamar a atenção para o facto de o calor ser demasiado para as pessoas.

No ano passado, investigadores da Penn State revelaram que o limite máximo de temperatura para a segurança humana era muito mais baixo do que se pensava. 

Anteriormente, pensava-se que uma temperatura do bolbo (ou medula oblonga) de 35°C (95°F) – igual a uma temperatura de 95°F a 100 por cento de humidade, ou 115°F a 50 por cento de humidade – era o limite máximo. Nesta altura, o corpo humano já não seria capaz de se arrefecer evaporando o suor da superfície do corpo para garantir uma temperatura central estável.

No entanto, a investigação mais recente sugere que o limite superior é, na realidade, 31°C a 100% de humidade ou 38°C a 60% de humidade.

Mario Rufino
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