PRÓ-PUTIN NA RECEÇÃO A REFUGIADOS UCRANIANOS

Depois de tantas peripécias comunistas em Portugal, desde o famoso voto contra o discurso do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, na Assembleia da República, até à rejeição de estarem presentes no dia do discurso, eis que nos chega mais uma jóia: refugiados ucranianos recebidos no Município de Setúbal por pessoas ligadas a Vladimir Putin e ao Kremlin. Ora, como todos sabemos (ou deveríamos saber), a Câmara Municipal de Setúbal é liderada por André Martins, eleito pela Coligação Democrática Unitária (CDU), uma coligação Partido Comunista Português (PCP) e Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV). 

Quem são, então, os pró-Putin no Município de Setúbal? 

Ora, uma das pessoas encarregues de receber refugiados ucranianos é Yulia Khashina, mulher de Igor Khashin, antigo presidente da Casa da Rússia e do Conselho de Coordenação dos Compatriotas Russos (também ele presente em Setúbal na receção aos refugiados). Os dois, tiveram acesso a centenas de informações pessoais de cidadãos ucranianos: documentos de identificação, moradas, familiares na Ucrânia…

Contratada pela autarquia de Setúbal, Yulia Khashina tinha o papel de jurista. No entanto, o seu marido, Igor Khashin, não tinha nem tem qualquer ligação ao Município, não existindo qualquer motivo para a sua presença na receção aos refugiados ucranianos (a não ser pelos possíveis interesses russos na recolha de informações). 

Igor Khashin é presidente da Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo), tendo-se instalado na cidade de Setúbal em 2005 e, juntamente com a sua mulher, Yulia Khashina, terão recebido inúmeros refugiados ucranianos no âmbito da Linha de Apoio aos Refugiados da Câmara Municipal de Setúbal. Ora, ser emigrante de Leste é bastante vago e, neste caso, preocupante, pois a Rússia, país de Leste, está neste momento a invadir, atacar, torturar e matar cidadãos de outro país de Leste, a Ucrânia. Será importante destacar que, neste contexto, o Leste se encontra dividido e, por isso mesmo, se torna problemático quando cidadãos pró-Putin acolhem e “apoiam” cidadãos vindos da Ucrânia, quando a Câmara de Setúbal é liderada por um comunista, cujo partido tem sido contestado e criticado pelas posições que tem tomado sobre a invasão da Rússia à Ucrânia, e quando durante décadas o PCP tem sido próximo do Kremlin. O problema político torna-se bastante relevante e passível de discussão e de investigação, nomeadamente pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, uma vez que o autarca e presidente da Câmara de Setúbal, André Martins, não tem competências nem capacidades para lidar com uma situação onde o próprio está metido. 

Esta onda de “coincidências” não é nova. Igor Khashin apoiou André Martins, candidato da CDU, nas eleições autárquicas. A Associação dos Emigrantes de Leste (Edinstvo) era considerada “imprescindível” no apoio aos emigrantes de Leste. Sabe-se agora, que por unanimidade, foram aprovados 90 mil euros para a associação em questão. Agora, a associação enfrenta várias críticas e está debaixo de fogo por suspeitas de ligações ao Kremlin. 

O alerta foi dado no início do mês pela embaixadora da Ucrânia em Portugal, Inna Ohnivets, acusando a associação de ligações à embaixada da Rússia: “No caso de acolhimento de refugiados ucranianos, isso pode pôr em causa a segurança dos ucranianos que chegam a Portugal. Estas associações pró-russas que têm a ligação muito estreita com a embaixada russa podem receber informações sobre os dados pessoais destes refugiados, mas não só sobre eles, também sobre os familiares que agora estão na Ucrânia e participam no exército ucraniano e podem também informar os seus familiares sobre a situação no território da Ucrânia. E esta informação também é interessante, claro, para a inteligência russa”.

Já num outro alerta, desta vez lançado pelo presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, o responsável pela Edinstvo, Igor Khashin, é criticado pela sua ideologia política: “Em Portugal, um dirigente de uma associação que é conhecida por toda a comunidade ucraniana…Ele não é só pró-russo, é mesmo apoiante de Vladimir Putin”. 

Depois de Fernando Medina, antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ter andado a facultar dados de manifestantes anti-Putin à embaixada russa, Portugal apresenta mais um episódio degradante da democracia portuguesa, em que são conhecidas e visíveis há muito tempo todas estas “coincidências”, fica claro que governantes como André Martins não devem estar à frente de qualquer autarquia ou Município, seja onde for, pois o perigo de contaminação ideológica fica cada vez mais perto. 

PLANEAMENTO FINANCEIRO PERSONALIZADO

Licenciado em Comunicação e Relações Públicas - Instituto Politécnico da Guarda, Portugal. Mestre em Relações Internacionais - Universidade de Wroclaw, Polónia. [ View all posts ]

Go to TOP
Translate »