O BOM SAMARRITANO

Alguém deve ter segredado, ao peludo ouvido de António Costa, para que nestas arruadas, que em 2015 ele transformou em arruaças, tentasse melhorar a sua imagem, esforçando-se por parecer mais popularucho, falando menos e ouvindo mais – e sua excelência lá foi aparar as cãs, desbastar os pêlos auriculares e comprar uma bruta samarra para ficar mais parecido com um alentejano que não é.

Mais contido na verborreia, limitando-se agora a mendigar coisa pouca como uma maioria absoluta, de ar contrito pelos pecados acumulados, pelo menos até agora Costa ainda não ameaçou ninguém, nem novos nem velhos! Faltará a seu lado, diz quem sabe destas coisas de eleições, o lunático Cabrita, olhar esgazeado mas sempre atento aos movimentos da populaça – embora isto não seja propriamente a América do tiro ao alvo, por cá também já se espetaram uns balázios em reais criaturas que foram desta para melhor. Ou pior…

Tentando, a custo, manter a tal postura de homem do povo, igual entre iguais, que lhe terão recomendado os publicitários socialistas, o contido Costa lá foi para terras alentejanas, visitando isto e aquilo, mas sempre, sempre, de samarra vestida – vestimenta que julgamos inapropriada para este particular momento em que, à falta de melhor, Costa vai piscando o olho ao PAN, oferecendo-lhe como bónus aquele sorriso irritante que já é a sua imagem de marca! Só lhe faltará o cajado, porque rebanho seguidor e obediente já ele comanda, todos de máscara para que não nos apercebamos do frete a que são obrigados, sujando de lama os bem engraxados sapatos, cobrindo de ervas daninhas e danadas as bem vincadas calças, arregaçadas sempre que é preciso atravessar um inconveniente riacho ou saltitar sobre um qualquer inamovível calhau, desrespeitoso da governamental horda que por ali se passeia.

Costa é capaz de tudo – é capaz de ser ridículo, ostensivamente agressivo, prepotente, mal educado, hipocritamente sorridente, falsamente receptivo e diabolicamente hábil, como a maioria da comunicação social o vê e o entende! Costa é, acima de tudo, um homem perigoso que não olha a meios para atingir os seus fins, agora mais do que nunca postos a nu com o constante pedido da tal maioria absoluta que, segundo ele, tornará Portugal um país mais estável e mais avançado, ultrapassando neste mandato de dois anos por que hoje se luta, os vinte e tal países europeus que estão à nossa frente, segundo rezam os “rankings” que se fazem por essa Europa fora.

António Costa quer é poder, o tal poder que o manterá a governar este país de (e não das) bananas, que, valha-nos Deus, ainda o escolherá para Presidente da República, o orgasmo por que anseia, o concretizar de mais um dos seus sonhos de menino – infelizmente, por portas e travessas, o primeiro já foi consumado com os seis anos em que tivemos de o aguentar como primeiro-ministro, a História se encarregará de o colocar no lugar devido. Ou dele não falará, sequer…

Se um lobo, mesmo vestido com pele de cordeiro, jamais deixará de ser lobo, também António Costa, mesmo de samarra, jamais será um bom “samarritano”… Costa não é de dar, é mais de receber – e os culpados temos sido nós!

DANIEL SANTOS

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