De acordo com dados divulgados pela Ordem dos Enfermeiros (OE), desde o início da pandemia, mais de 2.000 enfermeiros pediram para sair de Portugal.

Em comunicado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) refere que “só no último ano [2021], o número total de enfermeiros que manifestaram intenção de emigrar corresponde a cerca de um terço dos novos enfermeiros formados anualmente pelas escolas portuguesas”.

A Ordem dos Enfermeiros recebeu 2.413 pedidos de declarações para efeitos de emigração, dos quais 1.230 pedidos foram realizados em 2020 e 913 em 2021.

A OE adianta ainda que “0s países europeus, que nos últimos dois anos realizaram campanhas de recrutamento muito agressivas, para as quais a OE alertou, continuam a ser os escolhidos pelos enfermeiros portugueses, com destaque para a Suíça, mas os Emirados Árabes Unidos recebem também, de ano para ano, cada vez mais profissionais portugueses”.

Atrás da Suíça, Espanha e o Reino Unido foram os principais destinos escolhidos pelos enfermeiros portugueses em 2021 para emigrar.

Os número são cada vez mais preocupantes e a Ordem dos Enfermeiros afirma que “estes números demonstram a continuação da tendência da emigração de enfermeiros, apesar da carência crónica de enfermeiros em Portugal. Recorde-se que, nos últimos dois anos, chegámos ao ponto de querer contratar enfermeiros, nos momentos mais críticos da pandemia, e não haver enfermeiros no mercado, apesar de todos os anos saírem 3000 novos enfermeiros das escolas”.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendou já que é essencial encontrar mecanismos para fixar enfermeiros em Portugal, pois esta situação é uma emergência nacional. Nesse sentido, a Bastonária, Ana Rita Cavaco, sublinha que “é urgente dar condições dignas aos enfermeiros e não contratos de quatro meses, dar-lhes uma carreira e não um bilhete de avião”.