LIMPINHO, LIMPINHO, LIMPINHO

Convém dizê-lo três vezes para que não restem dúvidas: o Sporting vulgarizou este Benfica sem norte, sem fio de jogo, sem criatividade! Mesmo sem dois dos seus jogadores mais influentes, os leões fizeram das águias inofensivos pardalitos que se limitaram a saltitar sobre a relva em busca de uma qualquer migalha que os leões, por descuido, deixassem cair – o Benfica perdeu sempre as segundas bolas, as terceiras e bastas vezes as primeiras, com passes transviados, sem nexo, sem acutilância! Resumindo: os pardalitos encarnados levaram três chumbadas e saíram depenados sob um coro de assobios e de lenços brancos, brancos da cor da exibição desta equipa comandada por Jorge Jesus, que, com o seu paleio habitual, disse compreender a insatisfação dos sócios porque o Benfica não está habituado a perder – pois, caro treinador, é melhor ir-se habituando… e pode começar a limpar a sua imagem já na próxima quarta-feira, frente aos russos, conseguindo a vitória que todos os benfiquistas exigem, fartos que estarão das desculpas esfarrapadas do técnico que, sem pinta de modéstia, se autointitula como o melhor treinador a trabalhar em Portugal. E no Brasil, já agora…

Onde foi Jesus desencantar aquele Lázaro, de nome e de pobreza futebolística, um jogador que só sabe jogar para o lado e para trás? E por onde andava esse rapaz de muitas rastas e pouco futebol no primeiro golo do Sporting? Porque não manteve Jesus o habitual trio de centrais (após a lesão de Lucas Veríssimo) e colocou o André Almeida no lugar que deveria ser ocupado por Morato, que não tinha comprometido em jogos anteriores? Porque não colocou o mesmo André Almeida a defesa direito, posição que ocupou durante vários anos com a competência que todos lhe reconheceram? Ou porque não optou pelo brasileiro Gilberto, afinal o jogador que, embora não sendo um craque, se tem mostrado o elemento mais fiável para ocupar tal posição? E porque não entrou o Pizzi mais cedo para pôr alguma ordem naquele meio campo, perdido sob a pressão que o Sporting fazia? Mais uma vez foi uma noite de equívocos em que o treinador encarnado começa a empalidecer a sua imagem, com evidente prejuízo para o clube que lhe paga milhões…

Limpinho, limpinho, limpinho é o que o treinador de sofá que assina esta prosa tem a dizer sobre a merecida vitória do Sporting – é uma vergonha perder assim por 3-1, na Luz, num jogo em que até o criticado Paulinho marcou um golo, com a fita métrica a anular-lhe outro, e mais um terceiro que terá errado o alvo pelos mesmos 28 centímetros que lhe roubaram o bis!

Assim não vamos lá! Cheira-me a mais uma época perdida, e eu, que tenho a venta larga, costumo ser bom a avaliar cheiros – e este Benfica já começa a cheirar mal!

DANIEL SANTOS

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