COVID-19: RESUMO DE NOTÍCIAS DE HOJE EM PORTUGAL

DGS EMITE MAIS ORIENTAÇÕES

A Direção-Geral da Saúde (DGS) emitiu orientações para os estabelecimentos de atendimento ao público sobre como devem limpar e desinfectar as superfícies para prevenir a disseminação da infecção pelo novo coronavírus.

Cada organização deve elaborar o seu plano de contingência para a covid-19, estabelecer um plano de limpeza e higienização das instalações, que deve estar afixado em local visível, devendo também existir um sistema de registo da limpeza com identificação das pessoas responsáveis e a frequência com que é realizada, lê-se na orientação “Limpeza e desinfecção de superfícies em estabelecimentos de atendimento ao público ou similares”.

“Nesta fase, a frequência de limpeza deve ser aumentada não bastando cumprir os horários habituais de limpeza estipulados anteriormente, os profissionais de limpeza devem conhecer bem os produtos a utilizar (detergentes e desinfetantes)” e as precauções a ter com o seu manuseamento, recomenda o documento divulgado no sábado e publicado no ‘site’ da DGS.

Estes estabelecimentos devem também assegurar que os funcionários estão sensibilizados para o cumprimento das regras de etiqueta respiratória, da lavagem correta das mãos, assim como as outras medidas de higienização e controlo ambiental.

Devem ainda garantir “uma boa ventilação durante a limpeza e desinfecção”, mas também todos os cidadãos, famílias e os profissionais nos seus locais de trabalho, devem preocupar-se “em manter a limpeza de rotina das superfícies, sobretudo aquelas onde todos tocam frequentemente”.

A autoridade de saúde lembra que “o vírus permanece em superfícies durante um período temporal que pode ir de algumas horas a seis dias, e a limpeza e desinfecção frequente dos espaços diminui consideravelmente esse período”.

Uma vez que os estabelecimentos são “frequentados e expostos a várias pessoas e de forma continuada”, podem contribuir para a transmissão indirecta do vírus e, como tal, “devem ser tomadas medidas adicionais de cuidados na limpeza e desinfecção de superfícies”.

“Se não houver uma limpeza e desinfecção adequada, e o aumento da sua frequência, as superfícies podem constituir-se como reservatórios de vírus e de outros microrganismos”, afirma a DGS, ressalvando que o risco deste contágio varia consoante a frequência de manipulação, de toque ou de utilização.

Segundo a autoridade de saúde, as superfícies com maior risco são as que são tocadas por muitas pessoas e com muita frequência, como maçanetas de portas, interruptores de luz, telefones, ‘tablets’ e teclados de computadores, botões de elevadores, torneiras de lavatórios, manípulos de autoclismos, mesas, bancadas, cadeiras, corrimãos, brinquedos em salas de diversão para crianças em espaços públicos e dinheiro, entre outros.

Sobre a técnica de limpeza, a DGS determina que deve “ser sempre húmida”, não devendo ser usados aspiradores a seco em zonas públicas, salvo se forem aspiradores com tanque de água que recolhe a sujidade na água.

Devem existir materiais de limpeza distintos (de uso exclusivo) de acordo com o nível de risco das áreas a limpar, sendo que os panos de limpeza devem ser, preferencialmente, de uso único e descartáveis.

Portugal, que registava no sábado 12 mortes e 1.280 infecções confirmadas, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de Abril.

PROFISSIONAIS DEVEM REGISTAR PRESENÇA OU AUSÊNCIA DE SINTOMAS

Os profissionais de saúde que estão a prestar cuidados a doentes com Covid-19 devem registar diariamente a presença ou ausência de sintomas compatíveis com a doença, como febre ou tosse, segundo uma orientação da Direcção-Geral da Saúde (DGS).

“A identificação precoce de sintomas nos profissionais de saúde permite assegurar o seu adequado encaminhamento clínico e definir as medidas de controlo da infecção e de prevenção adequadas, para todas as pessoas que se encontram nas instituições de saúde”, refere a orientação da DGS, publicada no sábado e dirigida aos “profissionais de saúde com exposição a SARS-CoV2”.

Segundo o documento, o risco de exposição profissional ao novo coronavírus deve ser minimizado pela adopção de todas as recomendações de prevenção e controlo de infecção, incluindo o uso do equipamento de protecção individual (EPI).

“Os profissionais de saúde estão na linha da frente da prestação de cuidados a doentes com Covid-19, pelo que têm um maior risco de exposição profissional ao coronavírus SARS-CoV-2”, sendo “indispensável assegurar a sua saúde e segurança”, afirma a orientação.

Para isso, devem cumprir as recomendações de prevenção e controlo de infecção, nomeadamente a higiene das mãos, e a utilização de máscara cirúrgica ou o equipamento de protecção individual (EPI) adequado para a actividade clínica, de acordo com as recomendações para a pandemia Covid-19.

Segundo a DGS, um profissional de saúde é considerado “contacto próximo de alto risco” quando faz “a prestação direta desprotegida de cuidados a casos confirmados de Covid-19 [sem EPI]” ou quando lida laboratorial com amostras biológicas de SARS-CoV-2 em ambiente laboratorial.

A autoridade de saúde refere que deve limitar-se “ao mínimo possível” o número de profissionais de saúde expostos a doentes com Covid-19 e que, “sempre que exequível, deve-se privilegiar a afectação de equipas dedicadas à prestação de cuidados a estes doentes”.

“Os movimentos dentro da instituição devem ser limitados ao estritamente necessário”, recomenda a orientação, que ressalva que “as situações não previstas” no documento “devem ser avaliadas caso a caso”.

Se um profissional de saúde foi identificado como contacto próximo de alto risco de exposição com doente com Covid-19, devem ser activados os procedimentos de vigilância activa, durante 14 dias desde a data da última exposição, pela autoridade de saúde local.

“Estes profissionais ficam em isolamento profilático, com restrição para o trabalho, durante o período de vigilância activa”, determina a DGS.

Se durante este período, desenvolverem febre, tosse ou dificuldade respiratória devem contactar a autoridade de saúde local para que sejam iniciados os procedimentos de caso suspeito e efectuados exames laboratoriais para identificação de SARS-CoV-2.

“Se o caso for confirmado, deve dar conhecimento ao seu superior hierárquico, que informará os repetitivos serviços”, mas se no final do período de isolamento profilático não desenvolver sintomas da doença, o profissional regressa ao trabalho, sendo submetido a exame ocasional, com registo na Ficha de Aptidão para o Trabalho.

Portugal, que registava no sábado 12 mortes e 1.280 infecções confirmadas, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de Abril.

APOIO À ECONOMIA É AINDA INSUFICIENTE!

As medidas de apoio à economia do Governo face à pandemia de covid-19 vão no “sentido positivo”, mas são “muito tímidas e claramente insuficientes” devido à gravidade da situação, defendeu o presidente da Confederação do Comércio e Serviços (CCP)­.

“A linha de medidas do Governo vai no sentido positivo, mas achamos que são muito tímidas e claramente insuficientes para tudo o que se vai passar em Portugal nos próximos tempos”, afirmou o presidente da CCP, João Vieira Lopes, em declarações à Lusa, a propósito das medidas anunciadas na sexta-feira pelo Governo de apoio à economia.

Lembrando que em países como Espanha, Itália ou França, os planos de apoio à economia envolvem mais ou menos 15% do Produto Interno Bruto (PIB), João Vieira Lopes disse não compreender que, “tendo em conta a gravidade da situação”, em Portugal sejam apenas de cerca de 4,5% do PIB.

 “Por isso, pensamos que as medidas estão demasiado tímidas, são positivas, mas não vão ajudar tanto como deveriam ajudar”, salientou.

Na sexta-feira, o Governo anunciou um conjunto de medidas de apoio social e económico devido à pandemia da covid-19, nomeadamente a prorrogação automática do subsídio de desemprego, do complemento solidário para idosos e do rendimento social de inserção, bem como o adiamento para o segundo semestre do pagamento do IVA e do IRC, que teria de ser pago nos próximos meses, para garantir a actividade das empresas e postos de trabalho.

Outra das medidas anunciadas pelo primeiro-ministro, António Costa, foi a suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento de casas que viessem a caducar nos próximos três meses.

O primeiro-ministro disse ainda que “a medida mais eficaz para apoiar o rendimento das famílias é garantir emprego” e, por isso, só as empresas que garantirem manutenção de postos de trabalho podem aceder a linhas de crédito.

Sobre a linha de crédito, o presidente da CCP disse ser “uma medida expectável”, mas alertou que o tempo de recuperação dos sectores vai ser diferente,

Como exemplo, João Vieira Lopes falou do comércio não alimentar, como o comércio de roupa, sapatarias, entre outros, em que “a situação vai ser dramática” e que tem cerca de meio milhão de trabalhadores.

“A partir do momento em que fecha o negócio cai radicalmente e, por isso, não têm receitas”, salientou, destacando ainda a situação dos cabeleireiros, onde trabalham entre 30 a 40 mil pessoas, e que foram encerrados.

“Por isso, fizemos uma crítica muito forte ao Governo pelo facto de, na sua proposta inicial feita durante a semana, se terem cingido a três ou quatro sectores, esqueceram-se praticamente de 200 mil empresas e 1,7 milhões de trabalhadores”, acrescentou.

  Relativamente às medidas fiscais, o presidente da CCP disse serem também positivas, mas insistiu que é necessário “ir muito mais além”.

“Vai ser difícil manter o número de trabalhadores, mais do que os despedimentos vão ser os encerramentos”, afirmou, recordando que das 400 mil empresas que existem em Portugal, só cerca de 1.500 são de média ou grande dimensão.

E, referiu, das outras empresas, algumas com menos de 10 pessoas, muitas “não têm capacidade de resistir”.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infectou mais de 290 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 12.700 morreram.

Depois de surgir na China, em Dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.

Em Portugal, há 12 mortes e 1.280 infecções confirmadas.

O número de mortos duplicou hoje em relação a sexta-feira e registaram-se mais 260 casos no mesmo período.

Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de Abril.

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