Brexit adiado para o ‘Dia das Bruxas’

Este ano vamos ter um dia de ‘Halloween’ completamente diferente, muito mais excitante e medonho, centralizando as suas acções assustadoras nas decisões finais do Brexit, depois do acordo chegado ontem, entre Bruxelas e Londres, para o adiamento da saída da Grã-Bretanha da União Europeia, primeiramente aprazada para 29 de Março, depois para 12 de Abril e, agora, 31 de Outubro. Será o dia em que os rebuçados podem bem mudar de sabor e enterrar, na totalidade, o futuro de todas as crianças neste país que tanto se divertem nesse dia.

No entanto, Theresa May, no Parlamento desafiou tudo e todos e pediu a Jeremy Corbyn, o líder da oposição, urgência para chegarem a um acordo de saída que “comprometa” os dois partidos, conservador e trabalhista. Para já anunciou férias de Páscoa para todos os deputados e respondeu com um sorriso e uma negação sobre a sua possível demissão, proposta por um grupo de euro-cépticos da ERG (Grupo da Reforma Europeia).

Depois da sua chegada de Bruxelas, a primeira-ministra, rumou ao Parlamento e enfrentou os deputados na Câmara dos Comuns e explicou que, apesar da data acordada para o Brexit ser em 31 de Outubro, caso venha a encontrar uma solução maioritária aprovada no Parlamento, o Reino Unido pode antecipar a sua saída e não ter de esperar para o Outono.

Explicou que este período de extensão do Artigo 50, dá a possibilidade ao Governo de renegociar o acordo com a UE e comprometeu-se, se o entendimento com o Partido Trabalhista não funcionar, a apresentar para voto na Câmara dos Comuns uma série de propostas “indicativas” do voto dos parlamentares que, por sua vez, abrirão caminho a uma proposta final a apresentar no Parlamento. Entretanto, irá propor a voto, pela quarta vez consecutiva, o seu acordo já por três vezes chumbado pelos deputados. 

Na esperança de evitar isso, no seu discurso pediu o apoio dos deputados trabalhistas, já que muitos dos seus estavam ali apenas para a ver cair. Num desses ataques de parlamentares conservadores, Bill Cash, presidente do comité de controle europeu, criticou sua “rendição inequívoca” em Bruxelas e perguntou: “Você vai abdicar?”

Em resposta a primeira-ministra riu e disse que todos “sabiam bem qual é a resposta”, abrindo caminho para que Steve Baker, conservador, lhe tivesse perguntado se o Partido da União Democratica (da Irlanda do Norte) a abandonasse, se iria refugiar no apoio de Jeremy Corbyn. Mas a ex-ministra, Sarah Newton, pediu a May que deve “ignorar as falas dos valentões” dos bancos conservadores e permanecer como primeira-ministra, enquanto Ken Clarke, um dos deputados conservadores mais velho, interveio para que ela não desistisse diante destes ataques de “bullies” do seu grupo parlamentar.

Quanto aos 11 dias de férias ela pediu aos parlamentares que usassem o intervalo com sabedoria, e diz ter “a certeza de que todos estão ansiosos por este tempo de reflexão.”

Theresa May não respondeu se ofereceria uma união alfandegária aos trabalhistas, para conseguir um acordo sobre o Brexit , mas pediu à oposição que a ajudasse a chegar a um acordo.

Olhando para Jeremy Corbyn, disse que “por mais desafiador que possa ser politicamente, eu acredito profundamente que é necessário que ambos os bancos (do poder e oposição) procurem trabalhar juntos para encontrar as soluções que o povo britânico votou no referendo. E acho que o povo britânico espera que seus políticos façam exactamente isso quando o interesse nacional o exige ”.

Entretanto, lá do outro lado do Atlântico, Donald Tusk vai insistindo: “Não percam esse tempo!”

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