Banco de Inglaterra traça cenário negro para o Brexit
Um “Brexit” sem acordo poderá implicar no pior impacto na economia do Reino Unido, para além daqueles provocados pela crise financeira de 2008. O aviso partiu esta do Banco de Inglaterra (BoE, na sigla original).
Segundo as suas previsões, o regulador financeiro britânico alerta que um não acordo com a União Europeia poderá provocar, logo no primeiro ano de impacto, uma contracção de oito por cento na economia do país, muito para além da queda de 6,25 por cento provocada pela então crise financeira.
Numa altura em que a primeira-ministra Theresa May procura convencer o parlamento britânico a aprovar o acordo estabelecido com Bruxelas, o que não parece fácil, a análise do BoE antevê que uma relação próxima com a União Europeia, permitiria um “divórcio amigável” e apenas um recuo de um por cento da economia britânica, tendo por referência a situação do Reino Unido caso continuasse como Estado-membro.
A boa notícia da análise do BoE é que todos os bancos passaram os testes de stresse de um “Brexit” sem acordo, nos quais o valor das casas caíria mais de 30 por cento; o PIB britânico afundava 4,7 por cento e o desemprego subia 9,5 por cento.
Todos os bancos britânicos se revelaram suficientemente fortes para aguentar um “Brexit” desordenado, lê-se no documento divulgado pelo BoE.
Mark Carney, governador daquela instituição, garante que também o Banco de Inglaterra está pronto para o pior “divórcio” possível.
Questionado se este alerta seria um manifesto de apoio ao governo de May para convencer o parlamento a aprovar a 11 de dezembro o acordo com Bruxelas, o governador do BoE respondeu apenas que a função do banco não é esperar o melhor, mas preparar-se para o pior cenário de 30 de março, o dia seguinte à saída britânica da União Europeia.
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