Europa / Roma: TRUMP E ZELENSKY REALIZAM REUNIÃO IMPORTANTE DURANTE O FUNERAL DO PAPA E LEVA A CRER QUE A PAZ ESTÁ MAIS PERTO
Num cenário dramático e altamente simbólico na Basílica de São Pedro, no sábado, o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, foram vistos sentados juntos, em conversa profunda antes do funeral do Papa Francisco. A sua postura e linguagem corporal sugeriram um momento de intensa troca diplomática, com muitos observadores comparando-o a um jogo de xadrez de alto risco. Enquanto o seu encontro anterior em Washington, D.C., foi marcado por conflitos e tensão, a reunião em Roma pareceu mais conciliatória, sinalizando um potencial avanço nas discussões sobre a guerra em curso na Ucrânia.
A especialista em linguagem corporal Judi James analisou o encontro, observando que, embora o posicionamento deles pudesse inicialmente sugerir conflito, havia um tom mais profundo de cooperação. Ela descreveu os dois como «dois homens curvados sobre um jogo de xadrez», tramando assuntos de importância global. A proximidade física e as posições espelhadas dos dois líderes sugeriram uma possível mudança em direção a um acordo, em vez de discórdia. James observou que, embora as interações anteriores de Trump tivessem sido mais confrontadoras, ambos os líderes pareciam agora focados em alcançar um entendimento comum.
Zelensky e Trump confirmaram posteriormente o tom positivo das suas discussões através de declarações separadas. Nas redes sociais, Zelensky descreveu a reunião como «simbólica» e expressou esperança por uma paz duradoura na Ucrânia, sublinhando a importância de um «cessar-fogo total e incondicional» e da proteção das vidas ucranianas. Entretanto, Trump publicou na sua plataforma, Truth Social, condenando os ataques com mísseis da Rússia contra áreas civis ucranianas. Apelou a uma postura mais dura em relação à Rússia, sugerindo que o líder russo, Vladimir Putin, poderá ter de ser alvo de «sanções secundárias» ou de estratégias «bancárias» para pôr fim à guerra.
Num contexto mais amplo, a reunião ocorreu num momento crucial, com líderes globais reunidos em Roma para homenagear o falecido Papa. Zelensky recebeu uma recepção calorosa, com aplausos dos presentes na Praça de São Pedro, embora tenha sido notado que ele e sua esposa, Olena, estavam sentados um pouco fora de ordem de acordo com o plano de lugares do Vaticano. Apesar deste pequeno problema de protocolo, o foco permaneceu nas reuniões de alto nível que decorriam no meio do funeral.
Após o evento, Zelensky continuou os seus esforços diplomáticos, reunindo-se com o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, para mais conversas sobre o caminho da Ucrânia para a paz. Um porta-voz de Downing Street confirmou que os líderes discutiram os progressos na garantia de uma «paz justa e duradoura» para a Ucrânia e concordaram em continuar a trabalhar com os parceiros internacionais para impulsionar as próximas etapas do planeamento.
Trump, por outro lado, partiu de Roma pouco depois do funeral com a sua esposa, Melania, regressando aos Estados Unidos a bordo do Air Force One. Antes de partir, porém, aproveitou a oportunidade para falar com a primeira-ministra italiana Giorgia Meloni, que tem demonstrado grande interesse nas políticas económicas de Trump, particularmente na sua posição em relação às tarifas. A presença de Trump no funeral atraiu muita atenção, com muitos líderes mundiais na esperança de influenciá-lo em várias questões internacionais, particularmente as tarifas que impôs aos seus parceiros comerciais, incluindo a União Europeia.
Apesar do aparente descongelamento nas relações entre Trump e Zelensky, o futuro do conflito na Ucrânia permanece incerto. Zelensky rejeitou repetidamente qualquer sugestão de que a Ucrânia deveria ceder a Crimeia, uma região ocupada pela Rússia desde 2014, e pediu o fim incondicional dos combates. Trump, por sua vez, tem se manifestado cada vez mais sobre sua frustração com a falta de progresso, alertando que pode retirar o apoio dos EUA à Ucrânia se os dois lados não chegarem a um acordo de paz em breve. Ele também deu a entender que acredita que os dois lados estão muito próximos de um acordo, sugerindo que negociações de alto nível poderão em breve finalizar os pontos principais.
Embora os EUA tenham desempenhado um papel fundamental na mediação entre a Ucrânia e a Rússia, as tensões continuam a aumentar à medida que o conflito se arrasta. Os ataques com mísseis russos continuam a atingir cidades ucranianas, com o último ataque a atingir um edifício residencial em Kamianske, na região de Dnipropetrovsk, no mesmo dia do funeral do Papa, matando uma pessoa e ferindo várias outras. Estas contínuas agressões russas acrescentam complexidade às negociações de paz, com os EUA e a Ucrânia a apelarem a uma rápida cessação das hostilidades.
Enquanto as negociações diplomáticas continuam, a situação permanece instável. O Kremlin deu sinais de disposição para negociar, mas também acusou a Ucrânia de escalar o conflito, especialmente após um atentado a carro-bomba que matou um oficial militar russo de alto escalão perto de Moscovo. Embora Moscovo insista que o apoio do Ocidente à Ucrânia está a prolongar a guerra, há uma pressão crescente de ambos os lados para chegar a um acordo, com líderes globais esperando por um avanço que possa finalmente pôr fim ao conflito devastador.
À medida que a guerra na Ucrânia continua a moldar a política global, as discussões realizadas em Roma no fim de semana podem marcar um ponto de viragem crítico nos esforços em curso para a paz. As trocas de alto nível entre Trump, Zelensky e outros líderes mundiais sinalizam que o caminho para a paz, embora repleto de desafios, ainda está ao alcance.