O Presidente russo, Vladimir Putin, manifestou hoje o seu apoio à proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, apresentada pelos Estados Unidos, mas salientou várias preocupações que devem ser abordadas. Afirmou que, embora fosse “a favor” da suspensão das hostilidades, o plano de cessar-fogo levantava “nuances” e “questões sérias” que precisavam de ser discutidas, possivelmente diretamente com o Presidente dos EUA, Donald Trump.

Putin sublinhou a importância de desenvolver um mecanismo para garantir o cumprimento das tréguas e questionou se a Ucrânia poderia continuar a sua mobilização militar e rearmamento durante o cessar-fogo. Na sua opinião concorda “com as propostas de cessar os combates, mas o cessar-fogo deve conduzir a uma paz duradoura e abordar as causas profundas da crise”.

À medida que a Rússia avança na linha da frente, Putin avisou que as tropas ucranianas que tentassem retirar em grandes grupos enfrentariam em breve um bloqueio. “Haverá apenas duas opções: render-se ou morrer”, acrescentou. Putin sugeriu que a situação no campo de batalha poderia tornar um cessar-fogo de 30 dias atrativo para a Ucrânia, especialmente devido à captura das suas tropas na região de Kursk.

Putin também reconheceu os esforços de países como a China, a Índia, o Brasil e a África do Sul para promover a paz. No entanto, reiterou a posição da Rússia de que as forças de manutenção da paz da NATO não serão autorizadas a monitorizar qualquer cessar-fogo em perspetiva.

Num desenvolvimento diplomático significativo, o conselheiro dos negócios estrangeiros de Putin confirmou os planos para uma reunião hoje com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff. A reunião segue-se ao levantamento da suspensão da ajuda militar dos EUA à Ucrânia, que ocorreu após discussões produtivas sobre os esforços de paz na Arábia Saudita.

O Presidente Trump continuou a insistir na aceitação de um cessar-fogo por parte da Rússia, com a ameaça de novas sanções se Moscovo não se envolver. O Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sublinhou que Trump estava preparado para aplicar “pressão máxima” em ambos os lados, incluindo a imposição de sanções mais duras à Rússia.

Entretanto, a Rússia afirmou ter recapturado a cidade de Sudzha na região de Kursk, embora o relatório não possa ser verificado de forma independente. As autoridades ucranianas ainda não responderam a esta afirmação.

O desenrolar da situação, com as acções militares e os esforços diplomáticos da Rússia, sugere um caminho complexo para a paz, com ambas as partes cautelosas quanto aos termos e condições de qualquer acordo de cessar-fogo.