Donald Trump divulgou que o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, pediu-lhe um encontro durante a sua próxima visita aos Estados Unidos, deixando claro que este “foi um pedido dele, não meu”.

O primeiro-ministro britânico fez uma antevisão da sua próxima viagem aos EUA durante uma breve chamada com Trump na noite passada. Falando sobre a conversa, Trump comentou: “Acabei de assinar uma carta para ele. Ele pediu uma reunião e eu concordei. Vamos ter uma reunião amigável – muito boa”.

Trump confirmou que a visita de Starmer ocorrerá provavelmente “na próxima semana ou na semana seguinte”, embora não tenha a certeza dos tópicos específicos a serem discutidos. “Não sei; foi um pedido dele, não meu”, disse. “Mas já me encontrei com ele duas vezes. Damo-nos muito bem, ele é um tipo muito simpático.”

Starmer estava a jantar com Mark Burnett, o enviado especial de Trump para o Reino Unido, em Downing Street, quando Trump telefonou. Durante a chamada, os dois líderes falaram brevemente, evitando questões polémicas como a Ucrânia ou as tarifas comerciais. Uma porta-voz de Downing Street declarou mais tarde: “O primeiro-ministro teve o prazer de receber o enviado especial do presidente Trump e discutir a sua próxima visita aos EUA”.

Embora uma data específica para a visita de Starmer ainda não tenha sido finalizada, espera-se que aconteça em breve. Entretanto, o Primeiro-Ministro alinhou-se com os aliados europeus após as recentes discussões de Trump com o Presidente russo Vladimir Putin.

Numa chamada telefónica com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Starmer sublinhou a importância da soberania de Kiev, afirmando: “Não pode haver conversações sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”. Reafirmou o compromisso do Reino Unido com o caminho da Ucrânia para a adesão à NATO como “irreversível” e prometeu apoio contínuo.

O telefonema de Trump com Putin, descrito como “longo e altamente produtivo”, suscitou preocupações ao sugerir que as negociações para pôr fim ao conflito na Ucrânia poderiam permitir à Rússia manter os territórios anexados, incluindo a Crimeia. Um tal acordo seria um revés significativo para Kiev, especialmente porque a adesão da Ucrânia à NATO continua em dúvida.

Trump também apelou aos países da NATO para que invistam 5% do PIB às despesas de defesa, um nível que nem os EUA atingem. O Reino Unido, um dos maiores contribuintes da NATO, ainda não definiu um calendário para atingir os 2,5%.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, David Lammy, encontrou-se com o Vice-Presidente dos EUA, JD Vance, na Conferência de Segurança de Munique, onde este classificou a relação entre o Reino Unido e os EUA como “mais do que uma aliança – é um pacto”. Os dois discutiram a Ucrânia e questões de segurança mais amplas, concordando com a necessidade de a Europa assumir um papel mais importante na sua própria defesa.

Os políticos de todos os partidos expressaram preocupação com as discussões de Trump com Putin, considerando-as potencialmente prejudiciais à soberania da Ucrânia e aos compromissos da NATO.