Europa/Alemanha: MÉDICO EX-MULÇUMANO E PRÓXIMO DA EXTREMA-DIREITA ATROPELA E MATA 4 PESSOAS (164 FERIDOS) NUM MERCADO DE NATAL ALEMÃO
Um atentado mortal num merca edo de Natal na cidade alemã de Magdeburgo causou a morte de quatro pessoas, incluindo uma criança, depois de um carro ter abalroado um mercado apinhado de gente no dia 20 de dezembro. O agressor, identificado como al-Abdulmohsen, um médico de origem saudita e ativista anti-islâmico, terá conduzido um BMW escuro contra a multidão festiva, matando e ferindo dezenas de pessoas.
As primeiras informações indicavam duas vítimas mortais, mas o número de mortos subiu para quatro, com 86 pessoas hospitalizadas com ferimentos graves e 78 outras com ferimentos ligeiros.
O incidente ocorreu por volta das 19h:04 no coração de Magdeburgo, perto da Câmara Municipal. As autoridades locais reagiram rapidamente, tendo a polícia detido o condutor sob a mira de uma arma pouco depois do acidente. As imagens das testemunhas oculares captaram os momentos de tensão da detenção, com os polícias a rodeá-lo enquanto gritavam comandos e protegiam a área. As autoridades estão a tratar o incidente como deliberado e os meios de comunicação social sugerem que foi encontrado um presumível engenho explosivo no veículo.
Al-Abdulmohsen, um psiquiatra e psicoterapeuta de 44 anos, natural de Hofuf, na Arábia Saudita, mudou-se para a Alemanha em 2006 como refugiado. Tem sido uma figura controversa, conhecida pela sua oposição vocal ao Islão e pelo seu apoio a ideologias de extrema-direita. Al-Abdulmohsen obteve asilo político em 2016, depois de se ter declarado perseguido por ter abandonado o Islão.
Anteriormente, tinha trabalhado para ajudar outros ex-muçulmanos a fugir da Arábia Saudita, nomeadamente mulheres que fugiam de estruturas familiares opressivas. A sua atividade nas redes sociais revelou opiniões anti-islâmicas extremas, incluindo o apoio ao partido de extrema-direita alemão, AfD, e a teóricos da conspiração proeminentes como Tommy Robinson e Alex Jones.
Poucos dias antes do ataque, al-Abdulmohsen deu uma entrevista à Fundação RAIR, de direita, onde criticou as políticas de asilo da Alemanha, afirmando que os refugiados da Síria recebiam tratamento preferencial em relação aos que fugiam da lei da Sharia, incluindo ex-muçulmanos. Estas declarações, combinadas com a sua atividade online anterior, sugerem que o ataque pode ter sido motivado por um desejo de atingir muçulmanos ou demonstrar oposição à influência islâmica na Europa.
Testemunhas que se encontravam no local descreveram cenas caóticas e horríveis, com famílias que se encontravam no mercado de Natal a tentarem fugir enquanto o carro atravessava a multidão. Muitas pessoas, incluindo crianças, ficaram feridas ou traumatizadas com o ataque.
Algumas testemunhas oculares compararam a cena a “condições de guerra”, enquanto as pessoas tentavam ajudar os feridos no meio da confusão. Mais de 100 equipas de emergência, incluindo bombeiros e paramédicos, foram enviadas para o local. Vários hospitais da região, incluindo o de Halle, a cerca de 80 quilómetros de distância, foram postos em alerta para se prepararem para mais vítimas.
As autoridades alemãs não tardaram a reagir, com o Chanceler Olaf Scholz e a Ministra do Interior Nancy Faeser a expressarem o seu choque e as suas condolências. Scholz qualificou o acontecimento de “terrível” e prometeu apoiar as vítimas e as suas famílias. O incidente suscitou igualmente reacções internacionais, tendo o Primeiro-Ministro do Reino Unido, Sir Keir Starmer, condenado o ataque e oferecido apoio à Alemanha.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita emitiu uma declaração condenando o ataque, expressando solidariedade para com a Alemanha e as famílias das vítimas e reafirmando a posição do reino contra a violência.
O mercado de Natal de Magdeburgo, um destino popular de férias na cidade, foi encerrado após o ataque e os organizadores pediram às pessoas que abandonassem a zona enquanto prosseguiam as investigações policiais. As autoridades regionais indicaram que o ataque estava a ser tratado como um incidente isolado, mas asseguraram ao público que as medidas de segurança estavam a ser reforçadas em toda a cidade. As autoridades locais também confirmaram que não havia mais nenhuma ameaça imediata à segurança pública.
Esta tragédia chocou a Alemanha e o mundo, ocorrendo poucos dias antes do Natal, uma altura em que as pessoas em todo o país se reúnem para celebrar a época festiva. O acontecimento suscitou preocupações sobre a segurança das reuniões públicas e a presença crescente do extremismo de extrema-direita na Europa. À medida que a polícia continua a investigar, espera-se que surjam mais pormenores sobre os motivos por detrás deste ataque mortal.
Magdeburgo, com uma população de cerca de 240 000 habitantes, é a capital da Saxónia-Anhalt. O ataque deixou a comunidade local de luto, com muitos a expressarem a sua incredulidade e tristeza pela perda de vidas. Na sequência do incidente, as autoridades estão a concentrar-se em prestar apoio às famílias das vítimas, assegurando ao mesmo tempo que não ocorram acontecimentos semelhantes no futuro.