Reino Unido: UMA EM CADA 3 CRIANÇAS SOFRE DE MIOPIA – diz nova investigação de cinco milhões de crianças em 50 países
Segundo investidores, a pandemia de COVID-19 pode ter contribuído para um aumento significativo da miopia infantil, segundo os investigadores. Os investigadores acreditam que o aumento do tempo passado dentro de casa, combinado com o encerramento de escolas e instalações recreativas durante o confinamento, acelerou a deterioração da visão das crianças. A miopia tem sido associada a actividades como ver televisão, jogar jogos de vídeo e passar muitas horas ao computador ou ao telefone. No entanto, o impacto da pandemia veio agravar potencialmente o problema.
Uma análise global revela agora que uma em cada três crianças sofre de miopia ou de incapacidade de ver claramente objectos distantes. As taxas de miopia triplicaram entre 1990 e 2023, afectando agora 36% da população mundial. Os resultados foram publicados no British Journal of Ophthalmology por uma equipa de especialistas chineses que alertaram para o facto de a pandemia poder ter agravado os problemas de visão, especialmente entre os jovens. O estudo analisou dados de 276 estudos que envolveram mais de cinco milhões de crianças em 50 países.
A miopia ocorre quando o olho cresce demasiado, fazendo com que a luz se concentre à frente da retina em vez de incidir diretamente sobre ela, o que provoca uma visão desfocada para objectos distantes. A genética desempenha um papel importante na miopia, tal como a concentração prolongada em objectos próximos durante a infância. As crianças que passam demasiado tempo a ler, a utilizar computadores ou a jogar jogos de vídeo têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Atualmente, estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas no Reino Unido e 137 milhões nos EUA sejam míopes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que, em 2050, mais de metade da população mundial sofra de miopia, em grande parte devido ao aumento do tempo passado em ambientes fechados e à realização de tarefas de perto, como os trabalhos escolares.
A investigação também destaca as diferenças regionais na prevalência da miopia. A Ásia Oriental registou as taxas mais elevadas, com 86% das crianças no Japão e 74% na Coreia do Sul diagnosticadas com a doença. Segue-se a Rússia com mais de 40%, enquanto países como o Paraguai e o Uganda registam taxas muito mais baixas, de apenas cerca de 1%. Em comparação, o Reino Unido e os EUA registam uma taxa relativamente moderada de cerca de 15%.
O estudo sugere que as raparigas podem ser mais propensas a desenvolver miopia do que os rapazes devido ao facto de passarem menos tempo ao ar livre durante a sua educação. Até 2050, prevê-se que o número de casos de miopia entre crianças e adolescentes ultrapasse os 740 milhões. Os sinais de alerta da miopia incluem sentar-se demasiado perto da televisão, queixar-se frequentemente de dores de cabeça ou esfregar os olhos cansados.
Os especialistas aconselham as crianças a passarem pelo menos duas horas ao ar livre todos os dias, especialmente entre os sete e os nove anos de idade, para reduzir o risco de miopia. Embora a razão exacta pela qual as actividades ao ar livre ajudam não seja clara, pode ser uma combinação de exposição à luz solar natural, atividade física e capacidade de focar objectos distantes. Daniel Hardiman-McCartney, conselheiro clínico do UK College of Optometrists, salientou a importância do tempo passado ao ar livre para a saúde da visão das crianças.
Embora a miopia não possa ser curada, pode ser gerida com óculos, lentes de contacto ou lentes especiais que retardam a progressão da doença nas crianças. No entanto, estes tratamentos especializados podem ser dispendiosos.